O diálogo franco entre o par parental, quanto às questões educativas, poderá parecer muitas vezes difícil, mas é sempre necessário.
O cenário é o seguinte: a criança, em casa, implora à mãe por mais uns minutos a jogar em frente ao computador. A mãe responde-lhe que não, que já chega, e que amanhã terá mais tempo para jogar. Não contente, a criança procura o pai e faz-lhe o mesmo pedido. Após pensar alguns segundos, o pai cede. A criança está feliz, mas a mãe não, e em breve o pai também não.
Nesta história, como em tantas outras, a postura aqui adoptada pelo pai poderia ser a da mãe, e o interesse da criança poderia estar direccionado para outra actividade ou objecto.
Educar uma criança a dois, pode revelar-se um desafio para os pais. Este desafio, é tanto maior quanto os pais trazem na sua “bagagem”, experiências, memórias, e estilos educacionais diferentes, e estão certos de que a sua forma de educar é a melhor e a mais funcional. Está então aberto o caminho para a discórdia, e a criança aproveitará, naturalmente, para utilizar isso em benefício próprio.
Aceitar a definição de um meio-termo, em que ambos os pais partilham a autoridade e definem entre si o que é ou não aceitável, traz harmonia ao casal, mas também segurança à criança, pois esta deixa de estar sujeita à divisão de lealdades.
