Apesar de existir sofrimento, a procura de ajuda técnica especializada em saúde mental, é culturalmente entendida por demasiadas vezes, como sinónimo de fraqueza.
A esta ideia junta-se uma outra, mais perversa, de que o técnico de saúde mental trata tão somente dos “loucos”, ou na melhor das hipóteses, dos “incapazes”. Estas noções, criam dúvidas acrescidas a quem se encontra em sofrimento, e sente, de facto, uma dor que não é física, mas que está presente de forma incontornável:
- Primeiro, colocará em causa a legitimidade do que está a sentir, procurando muitas vezes “enterrar” a dor, esperando que esta caia no esquecimento.
- Depois, mesmo perante a procura de ajuda psicológica, espera uma solução rápida, a curto prazo, sem mudanças significativas de fundo.
É importante esclarecer que a alteração de processos mentais, de forma consciente e duradoura, é fruto de um trabalho conjunto, entre cliente e psicoterapeuta, que não se compadece da necessidade de imediatismo do mundo atual, nem de quaisquer pressões sociais ou familiares. É um processo de descoberta único, pessoal, que merece ser considerado com sensibilidade e respeito.
Por tudo isto, a procura de ajuda é sem dúvida um ato de coragem, e o primeiro passo para uma boa saúde mental.
